28 de agosto de 2012

DIY - Pra que gravar minhas músicas se não sou um músico profissional?

Não importa se as suas gravações caseiras serão mais tarde takes raros colecionados entre os fãs, ou faixas cômicas de pastas pouco acessadas no seu próprio computador. O que realmente importa é a arte do registro.

Se olharmos pelo lado emotivo das recordações, a gravação da sua musicalidade é a perpetuação do seu ambiente musical temporal, das suas influências e habilidades no decorrer da vida. Agora, para os mais técnicos, o áudio registrado abre uma possibilidade única de autoavaliação remota, algo que faz toda a diferença para um bom músico que realmente esteja interessado em evoluir.

Quando eu digo que faz toda a diferença não estou exagerando. Bem aventurado é o músico que consegue o árduo feito de escutar-se despido de toda vaidade ou empolgação. Um dos grandes problemas dos músicos em Macapá é a falta de receptividade em ouvir críticas, e então me pergunto: E será que ele tem a tolerância de pelo menos se auto avaliar? 

Cidade pequena, todos se conhecem, vão aos mesmos lugares, pá e tals, e consequentemente, por mais tosca que seja sua banda sempre haverão aqueles que dirão que o show foi ótimo e que você é um rock star. Mas isso não é porque você é um bom músico, mas sim porque o “crítico avaliador” é seu amigo, e realmente gostou do show por ter estima por você. Isso não faz do seu amigo um sacana, coitado, mas pode fazer de você uma vítima da síndrome do tapinha nas costas. E se ao invés disso o tal amigo dissesse: “Velho, o show foi muito divertido mas você tem que ensaiar mais aquela música, cara!”. 

Você decide o fim desse episódio:
(a) O músico acha o amigo de invejoso, fecha a cara e não dá mais papo.
(b) O cara chora muito no facebook.
(c) Ele simplesmente ensaia mais a tal música pra não receber mais essa crítica.
Mas agora para os mais engenhosos temos uma alternativa revolucionária trazida pela tecnologia a caráter de tira teima:
(d) O cara se grava tocando a tal música e depois avalia a si. Olha que legal!

Independente de qual seja a sua intenção ao gravar sua música, hoje as possibilidades de gravação de áudio caseiro, mais conhecidas como LO-FI realizadas em estrutura de Home Studio são cada vez mais simples e acessíveis. Quem sabe até mesmo no fim das contas o seu áudio caseiro acabe saindo no nível de um EP produzido em Studio? Tudo fica por conta da criatividade, empenho e qualidade de produção. 

Pense nisso e considere essa possibilidade de aperfeiçoar o seu trabalho musical. Macapá precisa desses registros para que mais lá na frente nossos descendentes possam ouvir a velha guarda documentada não só em fotografias e resenhas.

Na próxima postagem da série Do It Yourself vou falar sobre como montar um home Studio usando uma bigorna, dois patos de borracha e pequenos ossos de animais... É, também não é pra tanto. 

Então tá. Até mais ver.

Camila Ramos

P.S.: Algumas pessoas perguntaram sobre meu currículo musical, então só esclarecendo: Sou multi-instrumentista, estudo música desde minha tenra idade e trabalho com experimentações de home Studio desde 2008. Fui líder de ministério de música cristã durante 6 anos onde lecionei música e perdi muitos cabos e palhetas. No meio rock amapaense fui membro fundadora da AlterEgo, que logo depois por problemas de nome já registrado em outro estado, mudou o nome para Beatle George.

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