18 de agosto de 2012

GIRO ENTREVISTA - Gestos Grosseiros





 ‘A nossa ideologia é Death Metal’ foi a frase mais orgulhosa gravada durante a entrevista da banda Gestos Grosseiros ao Blog Eu Sou do Norte e foi com igual atitude que a banda se apresentou ao público banger amapaense. 

Nascida em meados de 96 na cidade de Guarulhos (SP), a banda percorreu toda a extensão territorial do país para defender o que acredita no primeiro show em terras nortistas. E foi no dia 11 de agosto, no 2º Zombie Night Fest, que o Gestos Grosseiros mostraram o poderio do Death Metal nacional.

Em breve entrevista, concedida ao Blog Eu Sou do Norte, a banda relembrou a trajetória de mais de 15 anos de carreira, as dificuldades a serem superadas por quem deseja levantar a bandeira do metal nacional além de deixarem experiências para incentivar as novas bandas que surgem na cena.
Falou também de suas diversas formações até se concentrar no power trio de hoje formado pelos integrantes: Andy (Vocal e Bateria), Kleber (Guitarra) e Dill (Baixista e Vocal). Confira alguns momentos deste bate papo:


ESN - Resumo da ópera. Conte-nos um pouco da trajetória da GG?
GG: “A nossa banda iniciou carreira na cidade de Guarulhos, interior de São Paulo por volta de 1996, mas gostamos de contar a partir de 1998 quando nosso trabalho realmente ganhou corpo e tomou força. Hoje temos diversos trabalhos lançados na cena além de nossas duas demos ‘No Rest’ (2001) e ‘First Pain’ (2003) , o Debut ‘Countdown to Kill’ (2008) e ‘Satanchandising’ lançado ano passado e com o qual estamos em turnê nacional atualmente.

Nossa banda já teve diversas formações em praticamente 15 anos de história, mas devido sermos uma ‘banda de estrada’, nunca tivemos uma formação tão sólida quanto agora. Acreditamos que divulgar o trabalho de uma banda somente por internet não substitui de maneira alguma o corpo a corpo com os headbangers que realmente apreciam e mensuram o resultado e por isso só conseguimos encontrar a harmonia com esta ultima trupe.”

ESN - E como foi o processo de composição do “Satanchidising”?
GG: “Antes de finalizar a turnê de nosso primeiro cd, já havíamos iniciado a composição para um próximo trabalho. Naquela época ainda nem tínhamos pensado em nomes e entramos em estúdio em meio a uma troca de integrantes o que dificultou um bocado a finalização. Só quando o Danilo (baixista) entrou em 2009 é que começamos a acertar a harmonia das letras com a linha de baixo e isso ajudou na composição final das músicas.


Acho que a nossa maior dificuldade foi acertar o ‘time’ com o Danilo que já chegou na banda tirando as músicas e tendo que gravar em estúdio ao mesmo tempo, um processo totalmente novo para ele (risos). Mas a banda desacelerou legal para ajudar mesmo e passar por essa adaptação. Apesar de certo transtorno com gravadora que previa em contrato o cumprimento dos prazos para a entrega do material. Mas isso não nos abalou, pois a banda que antes já tinha o peso nas letras encontrou certa harmonia na linha do baixo de Danilo e o ‘puta’ suporte do produtor Pedro Estevez (produtor de ambos cds).”

ESN – Qual foi a sacada para definição do nome do cd “Satanchandising”?
GG – “Acredite! Nada que denotasse apologia a cultos religiosos ou a Satan como se pensa. Nossa referência veio do meio do marketing que utiliza técnicas para nos vender produtos e idéias que às vezes não nos interessam. Nosso trabalho traz uma crítica a falsas religiões e instituições que consomem a sociedade, nos vendendo falsas promessas e produtos milagrosos que só fazem mal ao homem. Um mercado promovido para causar mal e discórdia por isso o trocadilho Satanchandising.”

ESN - E como está a expectativa para o show em Macapá?
GG – “Estamos ansiosos, tanto que passamos mais de semanas comentando direto em como estava perto a data do show e tals. Essa é nossa primeira vez no norte do Brasil sendo que já havíamos feito show em todas as outras regiões do Brasil e até no Chile. Macapá foi escolhida para dar o pontapé a nossa turnê nortista por isso temos muita expectativa e estamos imensamente gratos ao suporte da Zombie Produções, que nos possibilitou vir e conhecer os bangers do Amapá.”

ESN – Qual o conselho a deixar às bandas da cena local?
GG – “Gestos Grosseiros sempre buscou foco na sua ideologia e a nossa é o Death Metal, dificuldades neste segmento toda banda tem e sempre vai ter e é neste momento que tem que existir amor ao cenário ‘underground’ porque ele não é tão fácil. Quem tem o sonho de defender a bandeira do metal nacional tem que correr atrás de suporte, divulgar seu trabalho, fazer troca de informação e procurar os parceiros e pessoas certas.

O certo é que o Brasil é imenso, mas o segmento underground acaba se tornando um conjunto muito pequeno, pois independente da região, as mesmas idéias sempre batem e encontramos uma comunidade dedicada à disseminação das mesmas correntes culturais. Então é preciso sair do lugar comum, colocar o olhar além da fronteira do mercado local, que com certeza é possível chegar mais longe.

Também é necessário tomar cuidado para não ficar preso apenas na internet, pois muitas bandas lançam CDs e EPs apenas pela internet e não se relacionam pessoalmente com seu público, por meio de show para mostrar o trabalho ao vivo e assim perdem grande oportunidade de promover o trabalho além da fronteira do estado, por exemplo.

Hoje com o advento da internet, para as bandas iniciantes é mais fácil divulgar, mas deve-se tomar cuidado com as pessoas com as quais vão se relacionar, pois ainda existe muita gente na cena que age de má fé com as bandas e posa de ‘salvador da pátria underground’ sem pisar nos shows e sem conhecer os integrantes ou a história das bandas. 

Agradecemos a todos os envolvidos na iniciativa da propagação da cultura banger e underground e ao público headbanger que comparece aos nossos shows para nos fortalecer. É uma ‘puta’ de uma honra subir ao palco para bater cabeça no extremo norte do país.”


Beliza Alfaia 
Colaboração: Camila Karina e Hanna Paulino 

Nenhum comentário: