‘A nossa ideologia é Death Metal’ foi a frase mais orgulhosa gravada durante a
entrevista da banda Gestos Grosseiros ao Blog Eu Sou do Norte e foi com igual atitude
que a banda se apresentou ao público banger amapaense.
Nascida
em meados de 96 na cidade de Guarulhos (SP), a banda percorreu toda a extensão
territorial do país para defender o que acredita no primeiro show em terras nortistas.
E foi no dia 11 de agosto, no 2º Zombie Night Fest, que o Gestos Grosseiros
mostraram o poderio do Death Metal nacional.
Em
breve entrevista, concedida ao Blog Eu Sou do Norte, a banda relembrou a
trajetória de mais de 15 anos de carreira, as dificuldades a serem superadas
por quem deseja levantar a bandeira do metal nacional além de deixarem
experiências para incentivar as novas bandas que surgem na cena.
Falou também de suas diversas formações até se concentrar no
power trio de hoje formado pelos integrantes: Andy (Vocal e Bateria), Kleber (Guitarra)
e Dill (Baixista e Vocal). Confira alguns momentos deste bate papo:
ESN
- Resumo da ópera. Conte-nos um pouco da trajetória da GG?
GG: “A
nossa banda iniciou carreira na cidade de Guarulhos, interior de São Paulo por
volta de 1996, mas gostamos de contar a partir de 1998 quando nosso trabalho
realmente ganhou corpo e tomou força. Hoje temos diversos trabalhos lançados na
cena além de nossas duas demos ‘No Rest’
(2001) e ‘First Pain’ (2003) , o
Debut ‘Countdown to Kill’ (2008) e ‘Satanchandising’ lançado ano passado e
com o qual estamos em turnê nacional atualmente.
Nossa
banda já teve diversas formações em praticamente 15 anos de história, mas
devido sermos uma ‘banda de estrada’, nunca tivemos uma formação tão sólida
quanto agora. Acreditamos que divulgar o trabalho de uma banda somente por
internet não substitui de maneira alguma o corpo a corpo com os headbangers que
realmente apreciam e mensuram o resultado e por isso só conseguimos encontrar a
harmonia com esta ultima trupe.”
ESN
- E como foi o processo de composição do “Satanchidising”?
GG: “Antes
de finalizar a turnê de nosso primeiro cd, já havíamos iniciado a composição para
um próximo trabalho. Naquela época ainda nem tínhamos pensado em nomes e
entramos em estúdio em meio a uma troca de integrantes o que dificultou um
bocado a finalização. Só quando o Danilo (baixista) entrou em 2009 é que
começamos a acertar a harmonia das letras com a linha de baixo e isso ajudou na
composição final das músicas.
Acho
que a nossa maior dificuldade foi acertar o ‘time’ com o Danilo que já chegou
na banda tirando as músicas e tendo que gravar em estúdio ao mesmo tempo, um
processo totalmente novo para ele (risos). Mas a banda desacelerou legal para
ajudar mesmo e passar por essa adaptação. Apesar de certo transtorno com
gravadora que previa em contrato o cumprimento dos prazos para a entrega do
material. Mas isso não nos abalou, pois a banda que antes já tinha o peso nas
letras encontrou certa harmonia na linha do baixo de Danilo e o ‘puta’ suporte do
produtor Pedro Estevez (produtor de ambos cds).”
ESN
– Qual foi a sacada para definição do nome do cd “Satanchandising”?
GG –
“Acredite! Nada que denotasse apologia a cultos religiosos ou a Satan como se pensa. Nossa referência
veio do meio do marketing que utiliza técnicas para nos vender produtos e
idéias que às vezes não nos interessam. Nosso trabalho traz uma crítica a
falsas religiões e instituições que consomem a sociedade, nos vendendo falsas promessas
e produtos milagrosos que só fazem mal ao homem. Um mercado promovido para
causar mal e discórdia por isso o trocadilho Satanchandising.”
ESN
- E como está a expectativa para o show em Macapá?
GG –
“Estamos ansiosos, tanto que passamos mais de semanas comentando direto em como
estava perto a data do show e tals. Essa é nossa primeira vez no norte do
Brasil sendo que já havíamos feito show em todas as outras regiões do Brasil e
até no Chile. Macapá foi escolhida para dar o pontapé a nossa turnê nortista por
isso temos muita expectativa e estamos imensamente gratos ao suporte da Zombie
Produções, que nos possibilitou vir e conhecer os bangers do Amapá.”
ESN
– Qual o conselho a deixar às bandas da cena local?
GG –
“Gestos Grosseiros sempre buscou foco na sua ideologia e a nossa é o Death Metal, dificuldades neste segmento
toda banda tem e sempre vai ter e é neste momento que tem que existir amor ao cenário
‘underground’ porque ele não é tão
fácil. Quem tem o sonho de defender a bandeira do metal nacional tem que correr
atrás de suporte, divulgar seu trabalho, fazer troca de informação e procurar
os parceiros e pessoas certas.
O
certo é que o Brasil é imenso, mas o segmento underground acaba se tornando um
conjunto muito pequeno, pois independente da região, as mesmas idéias sempre
batem e encontramos uma comunidade dedicada à disseminação das mesmas correntes
culturais. Então é preciso sair do lugar comum, colocar o olhar além da
fronteira do mercado local, que com certeza é possível chegar mais longe.
Também
é necessário tomar cuidado para não ficar preso apenas na internet, pois muitas
bandas lançam CDs e EPs apenas pela internet e não se relacionam pessoalmente
com seu público, por meio de show para mostrar o trabalho ao vivo e assim
perdem grande oportunidade de promover o trabalho além da fronteira do estado,
por exemplo.
Hoje
com o advento da internet, para as bandas iniciantes é mais fácil divulgar, mas
deve-se tomar cuidado com as pessoas com as quais vão se relacionar, pois ainda
existe muita gente na cena que age de má fé com as bandas e posa de ‘salvador
da pátria underground’ sem pisar nos shows e sem conhecer os integrantes ou a
história das bandas.
Agradecemos
a todos os envolvidos na iniciativa da propagação da cultura banger e
underground e ao público headbanger que comparece aos nossos shows para nos
fortalecer. É uma ‘puta’ de uma honra subir ao palco para bater cabeça no
extremo norte do país.”
Beliza Alfaia
Colaboração: Camila Karina e Hanna Paulino
Colaboração: Camila Karina e Hanna Paulino
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